Santuário Arquidiocesano

Paróquia Nossa Senhora de Fátima (Santo Agostinho)

08h

10h30
16h30
- Grupo de Jovens Ruah
16h30
- Grupo de Jovens Ruah
19h
07h
12h
- Missa do Trabalhador e Unção dos Enfermos
19h
07h
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18h
13 de Cada Mês - Dia Votivo de Nossa Senhora de Fátima

17h30

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A Paróquia de Nossa Senhora de Fátima foi criada pelo Decreto n.º 70, de 01/01/1952, do Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte Dom Antônio dos Santos Cabral.

Quando a paróquia foi instituída, as celebrações ocorriam inicialmente na Escola Estadual Pandiá Calógeras e, depois, em um prédio provisório.  A matriz definitiva, que fica na Praça Carlos Chagas, número 33, foi inaugurada em 1992.

Av. Olegário Maciel esquina com Martinho de Carvalho. Escola Pandiá Calógeras no canto superior direito. Acervo pessoal da Sra. Maria da Mercês Ferreira Reis.

No início da década de 1940, teria sido construída na área da paróquia uma edificação provisória porque, em setembro de 1946, em visita à Capital, o Cardeal Patriarca de Lisboa, Portugal, Dom Manoel Gonçalves Cerejeira, presidiu, naquele local, o lançamento da pedra fundamental do Santuário Nossa Senhora de Fátima.

Em abril de 1949, a Comissão responsável pelos trabalhos de edificação da Igreja Nossa Senhora de Fátima adquiriu uma imagem para paróquia, que veio de Portugal para  Belo Horizonte em 1953. Nesse ano,  decidiu-se erguer um templo, ainda que provisório, dedicado à virgem.

A igreja seria erguida na Praça Carlos Chagas, com capacidade para 2.500 pessoas e área interna de 220 m². Num estilo de transição, conciliando harmoniosamente o clássico e o moderno, ela foi projetada por Jefferson Lodi, com uma torre central de cinzenta, o teto levantado sobre ogivas desde o piso com altares laterais.

O terreno para construção da igreja foi doado pelo então prefeito Américo Giannetti. Essa doação foi legitimada pela Lei nº 332 do dia 19 de maio de 1953.

Também segundo Lei Municipal, de 15 de maio de 1963, o prefeito da capital autorizou doar à Mitra Arquidiocesana de Belo Horizonte uma área de 3.000 m², contígua à doada anteriormente pela lei Municipal de maio de 1953, para a construção da Igreja Nossa Senhora de Fátima.

A Igreja construída na década de 1950 permaneceu na Praça Carlos Chagas até o ano de 1992, quando então foi erguida a atual Igreja Nossa Senhora de Fátima.

Nas proximidades da inauguração do novo templo, a imprensa da capital anunciava que as obras da igreja já despertavam a curiosidade dos belo-horizontinos em função da originalidade de suas formas, do seu “ projeto arquitetônico arrojado” . O jornal Minas Gerais de 31 de outubro de 1992 anunciava a inauguração da Igreja de Fátima, considerada “ uma verdadeira obra de arte”. A entrega da igreja à comunidade ocorreu no dia 1° de novembro, numa cerimônia de sagração realizada pelo Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom Serafim Fernandes de Araújo.

A construção desta igreja teve a duração de dois anos. A inspiração de três tendas foi de Cláudio Pastro e o projeto arquitetônico do engenheiro Ronei Lombardi Figueiras. As esculturas são de Léo Santana os painéis e via-sacra são de Ronei Lombardi.

Cláudio Pastro (*São Paulo, 16 de outubro de 1948 – + São Paulo, 19 de outubro de 2016) foi um artista plástico brasileiro dedicado a trabalhos de arte sacra. Considerado por especialistas o maior nome da arte sacra em seu tempo. Pastro é responsável pela concepção artística do Santuário Nacional de Aparecida e por mais de 350 obras no Brasil e no mundo, além de ter atuado na confecção de peças durante as visitas dos Papas Francisco e Bento XVI.

Ronei Lombardi Figueiras: Nasceu em Guarani, MG, 1935. Pintor, vitralista, engenheiro, arquiteto e decorador. Desde o início de sua carreira busca trabalhar a transparência na aquarela e no vitral. Desde 1972, tem projetado e executado várias igrejas em Belo Horizonte, destacando-se: Igreja de Santa Margarida Maria (1973-74), Santíssima Trindade (1976), Igreja de São Francisco (1987-88), Igreja de Bom Despacho (1986), Igreja Santa Maria Estrela da Manhã (1988), Catedral de Coronel Fabriciano (1989-90), Igreja de São Dimas (1991), Igreja de Nossa Senhora de Fátima (1991-92) e Igreja de Paraopeba (1999).

DESCRIÇÃO ARQUITETÔNICA

No interior da igreja, apesar da concepção espacial unitária, o coro e átrio estão bem assinalados à entrada, enquanto o presbitério é integrado ao ambiente da nave, destacando-se apenas por degraus e pela presença da escultura do Salvador e do maciço do altar-mor.

A Capela do Santíssimo apresenta piso em granito rústico e revestimento texturizado nas alvenarias. No espaço da nave, a ampla abóbada e o vazado dos vitrais resultam, hoje, em ambiente claro, criando contraste com as formas do altar-mor, do formato dos pilares e da escultura do Salvador.

No entanto, a caracterização atual não é a original pois foram introduzidas alterações substanciais nos acabamentos internos após a inauguração da igreja, em 1992. A rusticidade do material aparente em pilares, alvenarias e abóbadas foi substituída por pintura texturizada de cor clara.

Quanto à representação iconográfica, segundo estudo realizado pelo Padre Tadeu Vivas, todos os elementos da igreja têm sentido simbólico definido. A estruturação do conjunto em 14 colunas e as três partes denominadas tendas, inspiradas em trabalhos do arquiteto Cláudio Pastro, buscam recuperar o sentido da caminhada do povo de Deus em busca da “terra prometida”. A tenda da entrada é dedicada ao Espirito Santo, a nave, ao Filho, e a atual Capela do Santíssimo, ao Pai. Representam também o Monte Sião, a Jerusalém em meio ao caos externo. O par de pilares da entrada lembra Moisés e Elias, e os doze restantes representam os apóstolos.

SIMBOLOGIA

14 COLUNAS

As colunas são os fundamentos da Igreja e também simbolizam as bases de uma paróquia que é comunidade de comunidades. Dois pilares recordam o passado da Igreja, a raiz que se firma na Primeira Aliança, na lei e nos profetas (Moisés e Elias).

POR QUE TRÊS TENDAS?

As três tendas buscam recuperar o sentido da caminhada do povo de Deus em busca da “terra prometida”. A tenda era o lugar onde o povo se reunia para louvar Javé (Deus) que libertou o povo da escravidão do Egito.

A ordem das três tendas segue a concretude existencial do relacionamento do homem com a Trindade. Na formulação teologal, sempre dizemos: Pai, Filho e Espírito Santo. Na realidade existencial temos Espírito Santo, Filho e Pai. O Espírito Santo mostra-nos o Filho que nos leva ao Pai. Assim, a primeira tenda é dedicada ao Espírito Santo.

1ª tenda –  Espírito Santo

É o limiar do templo. A construção conjuga duas linhas inclinadas com apoio central. A arquitetura quer mostrar-nos que Deus se revela através do Espírito Santo e exige de cada cristão simplicidade para acolher na fé o mistério da filiação e da proteção contínua de Deus, que salva e liberta. Aqui encontramos a síntese do mistério Homem-Deus através de quatro símbolos:

  • Adro da Entrada: o vão representa a antevisão do aconchego e da paz.
  • Batistério: pedra bruta com aproximadamente 1000 quilos. Pelo batismo nos tornamos templos do Espírito Santo, recebemos a unção e somos incorporadas a Cristo.
  • Conjunto da Anunciação: Nossa Senhora, o Anjo e a inscrição “Ecce ancilla Domini” (Eis a Serva do Senhor). Maria é a serva que acolheu a Palavra e na sombra do Espírito Santo gerou Cristo, filho.
  • Lagos peixes e vegetação: Representam a universalidade da libertação. “O Espírito de Deus paira sobre o Cosmos”.

2ª tenda – Filho

É o lugar da Assembleia. Nós, a comunidade, formamos o Corpo de Cristo. Pela encarnação, o Filho congrega todos os fiéis e os convida para louvar o Pai.
Como tenda de reunião, ocupa o maior espaço para abrigar a Igreja, Povo de Deus, a caminho. O estilo arquitetônico parabólico representa a alegria, o louvor e o movimento deste povo que, reunido, transcende o espaço em busca do infinito, para encontrar-se com o Pai.

Oito pilares a sustentam. Nela, o povo reunido se alimenta com o Pão da Palavra e com Pão Eucarístico para ser forte na fé, na caminhada, e para estar atento à graça e ao amor, na certeza de que a sombra da cruz de Jesus Cristo, Deus e Salvador, o libertará (vejam a inscrição aos pés da cruz em grego – I X O Y Σ  – que significam: Jesus Cristo Deus e Salvador.

Para imagem de Cristo convergem os olhares. É o Cristo que abençoa, que diz bem de Deus e dos homens, seus irmãos. Ao redor dela encontram-se seis peças que fazem parte do culto desse bem dizer.

  • O altar: pesa oito toneladas. Representa a solidez e firmeza inabalável da promessa do Pai. Ao seu redor Cristo reúne seus fiéis para celebrarem a Páscoa da Ressurreição.
  • Relíquia: bem dentro desta Rocha, temos incrustrada uma relíquia. Simboliza a inserção da humanidade na missão de Cristo. É um fragmento do pericárdio de São Paulo da Cruz, nascido em 1694 e morto em Roma em 1775. De posição econômica estável, renunciou a tudo e dedicou-se a servir os pobres e enfermos. Sua mensagem teve como ponto central a Paixão de Cristo. Esta relíquia é um convite para que também  nos tornemos um só Cristo. Todos chamados à santidade.
  • Ambão: lugar do livro que contém a Palavra. Jesus é a Palavra, Verbo do Pai que convida cada cristão a segui-lo. O anjo que na ponta dos pés aguarda atentamente a Palavra quer dar-nos a mensagem: “Estejamos atentos ao que Jesus quer nos ensinar”.
  • Cátedra e dois banquinhos: a inscrição ☧  significa Cristo e aquele que se assenta na Cátedra é o  ministro de Cristo. As inscrições do banquinho Α (Alfa) e Ω (Ômega) significam princípio e fim. Jesus Cristo é o princípio e o fim de tudo.
  • Imagem de Nossa Senhora de Fátima: como vimos, a centralidade da tenda é Jesus Cristo. Mas, à sua direita, sua mãe, Maria, a Senhora de Fátima, convida-nos a permanecer junto de seu filho numa atitude de oração e incessante conversão, em busca da paz.
  • Vitrais: retratam os 12 apóstolos. Em seus rostos, o artista expôs toda fragilidade humana: um lado de sombra e outro de luz. É o símbolo da Igreja santa e pecadora. Todos temos um lado de luz e outro de sombra, graça e pecado.

3ª tenda – Pai

O teto rebaixado e os raios que partem da abóbada Central e se projetam sobre as quatro colunas do salão revelando-nos a presença forte e segura do Pai que permanece no meio de nós, como no deserto, junto do seu povo. Aqui também temos seis símbolos:

  • Altar do Sacrifício: é o ponto central, síntese da revelação. Por sua humanidade, Jesus liga-nos ao Pai e associa-se ao seu Projeto Libertador, que se estende a toda humanidade.
  • Sacrário: no aconchego do sacrário, sentimos a gratuidade do Pai que nos alimenta e nos chama à união, a exemplo da Trindade.
  • Cadeiras: simbolizam aconchego e facilitam a nossa intimidade pessoal com o Pai.
  • Dois focos de luz: projetam-se sobre o sacrário e a Bíblia, revelando-nos o ministério íntimo entre o Pão e a Palavra. Pela força da Fé na Palavra, o católico busca a vida contida no Pão, através da comunhão, da partilha e da igualdade. Irmãos em Cristo, Filhos do mesmo pai.
  • Luz suspensa sobre o sacrário: aponta-nos o Cristo como luz das nações para guiar a comunidade através do Ministério da Eucaristia. Quando acesa, indica que a Eucaristia está no sacrário.
  • Via-sacra: é a última força-símbolo dessa tenda. As estações do percurso sagrado mostram que Maria é  a expressão da dignidade e da serenidade. Sua fé a faz ficar de pé, certa de que o que ali acontecia não era o fracasso e a decepção, mas sim o resgate e a vitória sobre a morte. A 15ª estação, o painel da Ressurreição, mostra todo resplendor da glória do Pai Jesus Cristo – Vivo e Ressuscitado, presente no meio da comunidade.

Poderíamos denominar esta Via-Sacra como o rosto da humanidade. Só há um rosto bem definido: o de Maria, expressão da dignidade e serenidade. Em torno de Cristo, sempre haverá uma tonalidade forte de luz. Na medida em que vamos caminhando na vida (via sagrada), mesmo com rosto às vezes voltado para a sombra das quedas, devemos tudo fazer para adquirir a dignidade e a serenidade do rosto de Maria, iluminados pela luz da Ressurreição. “É bom, ó Cristo, ter a certeza de que nosso rosto também há de ser um rosto iluminado e resplandecente, na medida em que Tu nos fores transformando, até que um dia, instalados definitivamente na Tenda Celestial, ao ver-te fulgurante, face a face, possamos dizer-te, na alegria que nunca nos será tirada: COMO É BOM ESTARMOS AQUI.”

Porque o signos do zodíaco na igreja?

A arte cristã associou os 12 signos do zodíaco a diversos temas cristãos: áries, por exemplo, era interpretado como símbolo do Cordeiro de Deus. Gêmeos, como antigo e o novo testamento. O leão como figura do ressuscitado, que vence escorpião, símbolo da serpente. Peixes, como símbolo dos judeus e pagãos, que são salvos pela água do batismo, que é derramada por Cristo, o aquário. Na idade média, as representações do zodíaco (por vezes associadas com os trabalhos do mês) eram símbolos do decurso do tempo, também designavam a imutabilidade divina, que se encontra além de toda mudança.

Extraído do folder da Paróquia Nossa Senhora de Fátima (documento interno, sem data)
Pároco: Padre Judas Tadeu Vivas